17.6.04
a mais recente polemica estalou quando um "doutor" do hospital de Sto. antonio, em entrevista ao publico afirma a necessidade de "quotas" como mecanismo de equilibrio relativamente ao numero de estudantes do sexo masculino em relaçao ao sexo feminino.
se esta questao não fosse ridiculamente mesquinha e se não fosse o atestado que faltava para confirmarmos que os assuntos verdadeiramente importantes nunca sao discutidos, nem valia a pena escrever sobre ele. mas como sou portugues, tenho quase obrigatoriamente de me imiscuir naquilo que tem sido intrinseco ao "ser portugues", ou seja, interessar-me também por discussoes que so diminuem as nossas potenciais qualidades como seres pensantes...
pois bem, é assim: ate hoje ninguem se preocupou em debater a falta do sexo feminino nos cursos de engenharia! entao, onde para a coerencia?! sempre fui e continuo a ser contra as quotas para cargos publicos, sejam eles parlamentares, governamentais ou qualquer outro tipo de cargos publicos! acredito piamente que o merito deve ser o indicador por excelencia em caso de promoção ou como neste caso, mera colocaçao dno ensino superior.
admirando como admiro os paises nordicos, admiro que as senhoras daqueles paises não precisem de quotas para se afirmarem! mais que o caracter redutor, e quase humilhante, desse tipo de legislação, as quotas induzem uma grave injustiça para quem se esforça por atingir os seus objectivos!
chamando os burros pelos nomes, não me parece correcto que os "lords of the order" aka "senhores doutores", queiram continuar a manipular certos aspectos da sociedade portuguesa a seu bel prazer!reparem que na altura em que começam a ver a primazia masculina a ser beliscada, optam logo por procurar a solução mais facil para o problema em causa, que é limitar o acesso aos cursos de medicina aos estudantes do sexo feminino.
reparem que nem é garantir um numero minimo de rapazes. é limitar o numero de raparigas o que esta em causa! pelo amor de Deus: quotas não!
se esta questao não fosse ridiculamente mesquinha e se não fosse o atestado que faltava para confirmarmos que os assuntos verdadeiramente importantes nunca sao discutidos, nem valia a pena escrever sobre ele. mas como sou portugues, tenho quase obrigatoriamente de me imiscuir naquilo que tem sido intrinseco ao "ser portugues", ou seja, interessar-me também por discussoes que so diminuem as nossas potenciais qualidades como seres pensantes...
pois bem, é assim: ate hoje ninguem se preocupou em debater a falta do sexo feminino nos cursos de engenharia! entao, onde para a coerencia?! sempre fui e continuo a ser contra as quotas para cargos publicos, sejam eles parlamentares, governamentais ou qualquer outro tipo de cargos publicos! acredito piamente que o merito deve ser o indicador por excelencia em caso de promoção ou como neste caso, mera colocaçao dno ensino superior.
admirando como admiro os paises nordicos, admiro que as senhoras daqueles paises não precisem de quotas para se afirmarem! mais que o caracter redutor, e quase humilhante, desse tipo de legislação, as quotas induzem uma grave injustiça para quem se esforça por atingir os seus objectivos!
chamando os burros pelos nomes, não me parece correcto que os "lords of the order" aka "senhores doutores", queiram continuar a manipular certos aspectos da sociedade portuguesa a seu bel prazer!reparem que na altura em que começam a ver a primazia masculina a ser beliscada, optam logo por procurar a solução mais facil para o problema em causa, que é limitar o acesso aos cursos de medicina aos estudantes do sexo feminino.
reparem que nem é garantir um numero minimo de rapazes. é limitar o numero de raparigas o que esta em causa! pelo amor de Deus: quotas não!
9.6.04
escrevo este post a partir da estaçao de s. bento, no porto.surpresos?tambem eu! mas se queremos receber bem, temos oferecer meios tecnologicos aos nossos visitantes. neste caso internet. à borla, meus caros!agora parece-me é k estes meios tecnologicos sao mesmo para inles, espanhol, frances, holandes (etc)ver, do que propriamente para o comum portugues. e por acaso da um jeito do caneco, porque cheguei demasiado cedo e como tou cheio de sono tava com medo de adormecer e perder o comboio! o que nao da muito jeito é a porra do teclado que é todo metalico,muito mal jeitoso,mas é comodizo povão "a teclado dado não se olha o dente!" deixem-me so deixar mais um apontamento. deixam? mt obrigado. é assim:tive a ver a mega-super-giga entrevista ao pinto da costa.achei hilariante o facto de a jornalista ter passado o programa todo a tratar o jorge nuno "the pope" pinto da costapor "sr. presidente"! não acham engraçado?num pais em que nem o presidente da republica recebe o tratamento adequado por parte dos media que lhe chamam desde jorge sampaio ate ao simples "presidente da republica, ganha-se a taça uefa, a liga dos campeos e ja se é "sr. presidente"! ta bonito!agora sou mt sincero:quando ouvi o homem declamar fiquei mt impressionado. foi um momento tocante, acreditem... principalmente por estes dias.
8.6.04
Hoje enquanto caminhava
Pela rua agitada de pessoas,
Enquanto olhava
Para a gente que passava
Vi um homem que não conheço.
Esse tal homem, cabisbaixo
Dizia apenas isto “eu não mereço”.
Fiquei admirado com o homem,
Estranho, de olhar muito carregado,
Bem se ve que lhe falta algo.
Por certo é mal de amores o que ele tem.
Quase ao chegar à esquina
Outro homem,
Me prende a atençao.
Este caminha para mim,
Passa a rua e ao olhar,
Vejo nele um vazio sem fim.
Passou ja o pobre homem.
E la vem outro, tao estranho!
Este anda para a frente,
De repente para tras!
Com certeza é maluco.
Se andar para tras e para a frente
Lhe é completamente indiferente
Devo estar na presença de um louco!
Chegando à esquina desta Rua
Um monte de pessoas todo junto
Fixam um senhor ali deitado
Que mira o infinito,
Enfim, o Mundo.
Que dia tao estranho
Que hoje vivo!
Tudo parece doente,
insano,
Demente,
Quase inerte.
Todos os que vejo
Meio-mortos,
Meio-vivos.
Mas nenhum vivo por inteiro.
Contorno a esquina desta Rua
E páro quieto, imovel,
Surdo e mudo!
Contemplo todos os homens
Por quem passei.
E ainda mais alguns
Que não lembrei.
Toma-me o panico e a surpresa!
Todos aqueles homens fundem-se num!
Meu Deus!
Todos aqueles homens sou eu!
XanaeR in "os dias do desassossego - volume II", porto, 2004
Pela rua agitada de pessoas,
Enquanto olhava
Para a gente que passava
Vi um homem que não conheço.
Esse tal homem, cabisbaixo
Dizia apenas isto “eu não mereço”.
Fiquei admirado com o homem,
Estranho, de olhar muito carregado,
Bem se ve que lhe falta algo.
Por certo é mal de amores o que ele tem.
Quase ao chegar à esquina
Outro homem,
Me prende a atençao.
Este caminha para mim,
Passa a rua e ao olhar,
Vejo nele um vazio sem fim.
Passou ja o pobre homem.
E la vem outro, tao estranho!
Este anda para a frente,
De repente para tras!
Com certeza é maluco.
Se andar para tras e para a frente
Lhe é completamente indiferente
Devo estar na presença de um louco!
Chegando à esquina desta Rua
Um monte de pessoas todo junto
Fixam um senhor ali deitado
Que mira o infinito,
Enfim, o Mundo.
Que dia tao estranho
Que hoje vivo!
Tudo parece doente,
insano,
Demente,
Quase inerte.
Todos os que vejo
Meio-mortos,
Meio-vivos.
Mas nenhum vivo por inteiro.
Contorno a esquina desta Rua
E páro quieto, imovel,
Surdo e mudo!
Contemplo todos os homens
Por quem passei.
E ainda mais alguns
Que não lembrei.
Toma-me o panico e a surpresa!
Todos aqueles homens fundem-se num!
Meu Deus!
Todos aqueles homens sou eu!
XanaeR in "os dias do desassossego - volume II", porto, 2004
2.6.04
não.
não é por ti que estou assim.
sei apenas
que o canto alegre
dos pássaros lá fora
é a triste melodia dentro de mim;
que o céu azul e o sol
são as nuvens pesadas e escuras
em meu redor;
que o silencio do planeta
a girar,
é o estrondoso barulho
do meu mundo a desabar.
e sei muito bem o que quero.
quero tão simplesmente
deixar
de não viver,
de nada mais sentir,
de não ser...
quero hoje mesmo respirar o ar,
e que esse ar
areje todo o mofo de amargura
que há em mim!
não.
não és tu que me poes assim.
é o mundo la fora cheio de vida
que me prende completamente
dentro de mim.
XanaeR in "os dias do desassossego - volume II", porto, 2004
não é por ti que estou assim.
sei apenas
que o canto alegre
dos pássaros lá fora
é a triste melodia dentro de mim;
que o céu azul e o sol
são as nuvens pesadas e escuras
em meu redor;
que o silencio do planeta
a girar,
é o estrondoso barulho
do meu mundo a desabar.
e sei muito bem o que quero.
quero tão simplesmente
deixar
de não viver,
de nada mais sentir,
de não ser...
quero hoje mesmo respirar o ar,
e que esse ar
areje todo o mofo de amargura
que há em mim!
não.
não és tu que me poes assim.
é o mundo la fora cheio de vida
que me prende completamente
dentro de mim.
XanaeR in "os dias do desassossego - volume II", porto, 2004
